quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Primeiros passos no Camboja: o que você precisa saber para começar a planejar sua viagem.

O Reino do Camboja é um país budista do sudeste asiático que vive uma monarquia constitucional cujo chefe de governo já está no poder há mais de 25 anos, apesar da grande pobreza e falta de recursos da população, o país hoje é um dos que apresenta melhor desenvolvimento econômico da Ásia, principalmente com o aumento do turismo que atrai muitos investidores estrangeiros.
Na última década o Camboja teve seu nome veiculado nos muitos meios de comunicação devido ao fato da atriz Angelina Jolie ter adotado uma criança cambojana quando esteve no país para gravar o filme Tom Raider, que teve alguns templos do Angkor Wat como cenário. Se este país está na sua lista de “must go”, não perca tempo e vá conhecer a esplendorosa arquitetura e misticismo do antigo Impériom, Khmer, anote essas dicas e monte seu roteiro.
Templo Angkor Wat - Siem Reap - Camboja
1º Idioma: o Khmer é a língua oficial do país mas o inglês é muito utilizado, visto que o Camboja tem um turismo crescente, o que torna a comunicação facilitada. As pessoas ligadas ao turismo tem um excelente nível de inglês,
2º Moeda: a moeda corrente é o Riel (KHR), quase parente da nossa, que em janeiro desse ano estava na cotação U$1,00 para KHR4.000 mas as notas cambojanas você só verá caso as receba de troco, visto que quase tudo tem seus preços em dólar, mesmo nas barracas de venda de suco de frutas os valores são na moeda americana. O mesmo serve para os supermercados, restaurantes e lojas de souvenir.
Cédula da moeda cambojana
3º Segurança: dos vinte e oito países em que já estive o Camboja foi aquele que me deixou menos à vontade no quesito segurança, muito em função do que passei na minha estadia por lá. Na chegada, tive problemas com um motorista de tuk tuk que queria a todo custo que eu fechasse um tour para o Angkor com ele, no trajeto de ônibus até Siem Reap vi o pessoal da fronteira extorquindo algumas pessoas e até mexendo nas mochilas do bagageiro do ônibus no momento de atravessá-las para o lado cambojano. Sem contar com um menino super doido na Pub Street pedindo dinheiro de uma forma bem agressiva, até o vi atirando pedras em alguns turistas que se recusaram a dar dinheiro para ele em um restaurante. Tudo isso fez com que meus cuidados fossem redobrados, se havia motivo para tanto eu não estou completamente certo, mas por via das duvidas, resolvi ficar mais atento e passar adiante da forma que vi e vivi.
Região do Night Market na Pub Street
4º Alimentação: pode-se dizer que a culinária internacional está mais presente no país do que a comida local, apesar do Camboja ser famoso entre os turistas pelos cursos de culinária a preços bem acessíveis. Nos mais diversos locais as opções para aqueles, cujo o paladar por comida local não é muito receptivo, são muito grandes, esteja certo que comer não será um problema tão grande assim por lá, além do que, cada refeição completa não deve passar dos U$10,00 por pessoa, comendo super bem.
Comidinha do Hard Roch Café de Siem Reap 
Lasanha vegetariana de um restaurante no Camboja
5º Transporte público: não utilizei transporte público no Camboja, mas percebi que o mesmo não é de qualidade e nem acho que valha a pena, visto que os taxis e tuk tuks, que existem aos montes, fazem trajetos com preços bem acessíveis. Porém, esteja sempre alerta para negociar os valores com antecedência, não deixe para ter surpresas desagradáveis no fim do percurso.
Trânsito meio maluco de Siem Reap 
6º Vistos: para entrada no Camboja o visto se faz necessário, o mesmo pode ser feito na chegada ao país ou um e-Visa pode ser solicitado com antecedência. Como li muita coisa sobre corrupção na fronteira deste país, além de entrar no mesmo por terra, resolvi solicitar logo ainda no Brasil. Acessei o site e fiz o preenchimento dos dados, paguei U$40,00 de taxa e alguns dias depois recebi o e-mail com o visto, junto vieram algumas orientações e uma delas foi a da necessidade de impressão de duas cópias do visto (pode ser em preto e branco), sendo uma para entrada e outra para saída do país.
Visto para o Camboja
7º Clima:  quente, bem quente, especialmente entre um templo e outro do Angkor Wat, quando o calor aperta muito. Óculos escuros, boné e protetor solar são imprescindíveis, além de hidratar-se sempre durante o passeio. De novembro a março no Camboja temos a estação seca com temperaturas próximas do 30º com dias ensolarados, por outro lado, de maio a outubro ocorre o período de monção com temperaturas acima dos 35º e muita umidade, além de chuvas fortes e de curta duração.
Entre os templos do Angkor Wat
8º Onde Fui: como o foco da ida ao Camboja era a visita ao Angkor Wat, Patrimônio da Humanidade, acabei visitando somente a cidade de Siem Reap, que fica pouco mais de 5 quilômetros do complexo de templos hindu/budista que já serviu de cenário de filme hollywoodianos. Com exceção do Angkor, a cidade de Siem não tem muitas atrações, quando comparadas a outras cidades visitadas, alguns museus e templos pelo centro da cidade (mais do mesmo), o Night Market e a Pub Street para beber, comer, comprar e ver os demais turistas.
Entre os templos do Angkor Wat
Night Market na região da Pub Street
Entre os templos do Angkor Wat
Entre os templos do Angkor Wat
9º Onde Fiquei: a disponibilidade de estadias em Siem Reap é muito grande, desde opções luxuosas até aquelas mais simples, no entanto, escolher um hotel razoável não pesa no bolso, visto que os preços são muito bons, por menos de R$100,00 é possível encontrar opções boas próximas do Night Market e Pub Street, que é a região mais movimentada. Acabei optando pelo Angkor Orchid Central Hotel localizado na região supracitada e que custou R$90,00 a diária para duas pessoas, num quarto com banheiro privativo enorme, café da manhã simples e estrutura muito boa, não fosse pela falta de um gerador de luz elétrica pois ficamos um dia inteiro sem energia na cidade quase toda. Funcionários muito prestativos e com inglês excelente, ajudaram com o transporte para visitar o Angkor Wat e nos deixaram alerta quanto aos possíveis perigos da cidade.
Quarto de hotel em Siem Reap
Banheiro do hotel em Siem Reap
10º Chegando ao Camboja: foi a única fronteira terrestre no sudeste da Ásia e justamente aquela em que todos diziam ser a mais corrupta, e é mesmo, principalmente quando percebem a vulnerabilidade dos turistas, mas nada que assuste. Diante disso, o ideal é solicitar o visto com antecedência, o mesmo também pode ser conseguido na hora, porém as chances de ser extorquido são maiores. Como os preços de voos estavam impraticáveis partindo do Vietnã para o Camboja, acabei optando por ir de Hanói para Bangkok e no dia seguinte seguir de ônibus para Siem Reap, tamanha a economia, mas saiba que você perderá o dia inteiro no trajeto.
Comprei os tickets pela no site da thai ticket major por U$20,00 com saída da rodoviária de Mochit na capital tailandesa, li relatos na internet que essa empresa de ônibus (Nattakan) era ligada ao governo e que as chances de ser extorquido na viagem seriam menores, optei pela segurança. O ônibus é razoável, me esperou por quase meia hora na rodoviária pois o trânsito infernal de Bangkok é intenso pela manhã, fiquei estarrecido quando cheguei e ainda esperavam, em cada assento já tem um pequeno café da manhã. A viagem segue com uma parada e por volta das 13:00 eles servem um pequeno almoço do 7-eleven, nessa mesma hora nos aproximamos da fronteira do Camboja (Poipet) e um suposto agente de viagens sobe no ônibus oferecendo um serviço VIP de visto, como a maioria já sabe do esquema, muitos se recusam a fazer alegando que já possuem visto ou o e-visa. Se você recusar o serviço, quando chegar no local oficial de emissão dos vistos o seu processo será feito da mesma forma e sem pagar a mais por isso. Passada a imigração e toda tensão do local, que é bem feio, você tem que andar bastante e de forma intuitiva para atravessar a fronteira, um cheiro desagradável e muitas crianças pedindo dinheiro, o ônibus te espera do outro lado para seguir viagem, por volta das 17:00 chega-se enfim a Siem Reap.
Ônibus da empresa Nattakan

Na chegada, o pessoal da agência disponibiliza um tuk tuk, segundo eles gratuito, para o seu hotel, acontece que o motorista te inferniza tanto para você contratá-lo para fazer o tour do Angkor Wat que o gratuito acaba te chateando, quando me recusei a contratá-lo ele cobrou pela corrida até o hotel.  
Flor de Lótus no Angkor Wat
Entre os templos do Angkor Wat
Até o próximo post!! Com muito mais do Camboja... 


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