NA MOCHILA DE ALEH: O Angkor Wat e a cidade de Siem Reap

A cidade de Siem Reap segue um ritmo próprio em virtude da proximidade com o Angkor Wat, apesar da pobreza notória do país e da cidade a estrutura se desenvolveu bastante para receber muitos estrangeiros. O guia Lonely Planet descreve a principal atração do Camboja da seguinte forma: “um dos lugares mais impressionantes da terra, ele tem as épicas proporções das Muralhas da China, os detalhes e a história intrigante do Taj Mahal e o simbolismo e simetria das Pirâmides do Egito, tudo em um único lugar”. A importância do complexo de templos é tão grande que é ele que ilustra a bandeira do país, trata-se da maior construção religiosa do mundo feita por homens.

Entrada do principal templo do Angkor Wat

O nome Angkor Wat costuma ser utilizado para referir-se a todo o complexo, quando na verdade, ele é o nome de apenas um templo, o das cinco torres, onde uma multidão espera todos os dias nos seus arredores para ver o sol nascer por entres essas torres, para muitos, algo que você não deve partir dessa vida sem apreciar. Os ingressos para o Angkor são vendidos num posto de entrada do parque nacional, podendo ser comprado para um dia (U$20,00), três dias (U$40,00) e uma semana (U$60,00) para os mais inveterados por templos e cultura Khmer. Chegar até o complexo de templos é outra coisa a se pensar quando se prepara o roteiro, fazer a pé é praticamente impossível, de bicicleta e moto é mais tranquilo, mas a sinalização e distância entre um templo e outro acaba por complicar, sem contar os riscos de minas terrestres remanescentes nesse local, talvez o melhor a ser feito é contratar um tuk tuk com um dos locais, geralmente cobram U$20,00 por um dia inteiro a sua disposição, um pouquinho mais se você for bem cedo para assistir o nascer do sol.

À espera do nascer do sol no Angkor Wat

Optei pelo tuk tuk. contratei através do pessoal da hotel, pagamos U$25,00 pelo dia inteiro para duas pessoas com saída as 4:00 da manhã para ver o nascer do sol, já tinha em mente que faria a visita em um dia só, visto que estava saturado de templos já, sem menosprezar de forma alguma esse Patrimônio da Humanidade, e sem contar com o calor assustador que fazia em Siem Reap nesses dias. Por volta das 5:00 estava sentando em uma escadaria de um templo menor em frente à entrada do Angkor Wat e cada vez mais observa a multidão se formando na região próxima do lago, cada um desejando o melhor ângulo para os primeiros raios de sol que passam pelas torres do templo e espelham seu reflexo na água, sem dúvida algo espetacular, pena que nesse dia o sol não resolve dar as caras junto com o começo da manhã, aos poucos as pessoas começaram a dispersar e deixar o local em direção ao templo e seus arredores.

Sol nasceu timidamente nesse dia no Angkor Wat

Nos templos do Angkor Wat

Existem dois tipos de tours que podem ser feitos, o small tour que faz um percurso pelos três templos mais importantes (Angkor Wat, Bayon e Ta Phron), já o big tour te leva em quase todos os templos grandes do sítio, podendo levar um dia inteiro ou para aqueles que desejam olhar com minúcias, mais de um dia de andanças. Me decidi pelo small tour e logo que percebi que o nascer do sol mais lindo do mundo não iria rolar, resolvi entrar no Angkor Wat, o templo é gigantesco e com uma arquitetura fantástica, para vê-lo de forma satisfatória é necessário perder algumas horas por lá, como nem todas as partes são cobertas, muitas vezes você acaba tendo que andar no sol forte, o que desgasta bastante seu ânimo.

Nos templos do Angkor Wat

Pelos templos do Angkor Wat

Logo em seguida o tuk tuk entrou em ação novamente, atravessou o Portão do Sul e nos deixou na região de Angkor Thom (última grande cidade do império Khmer) onde fica o Bayon Temple, tão bonito quanto o primeiro, é neste templo que as “fotos das faces” são feitas, por todos os lados vemos as mais diversas poses para conseguir um close diferente com uma das quatro faces existentes em cada uma das 54 torres que compõem o templo, o que faz com que você esteja sendo olhado por pelo menos um dos rostos, não importa em que parte do templo você esteja. Do lado do Bayon fica o templo Baphuon com uma torre bem alta, se tiver disposição para vencer todos os degraus e o sol forte, a vista lá de cima é muito bonita, o chato é que nessa templo eles regulam muito sua vestimenta, joelhos e ombros a mostra não são permitidos.

Entrada do Bayon Temple

As inúmeras faces do Bayon Temple

Entrada do Baphuon Temple

Vista de cima do Baphuon Temple

Baphuon Temple

Por fim, o Ta Phron, que tem sua fama atrelada ao fato de servir de locação para o Tomb Raider, também é um templo de proporções absurdas, e talvez o mais agradável de ser visitado, visto que as árvores ajudam a diminuir muito o calor, sem contar que essas mesmas árvores cresceram dentro dos templos, dando a eles um aspecto ainda mais inusitado, é a natureza não enxergando limites. Esse templo, em meio a selva cambojana, talvez seja o mais singular de todos, o fluxo de pessoas visitando-o é muito grande, tanto pela sua fama cinematográfica, quanto pela sua beleza.

A famosa árvore do filme no Ta Phron Temple

Arredores do Ta Phron Temple

Pelo centro da cidade, não deixe de visitar a Pub Street, maior aglomeração de turistas do local, além de ter as melhores opções de comida, bebidas, compras e azaração. O Night Market (tanto o antigo como o atual) são ótimas opções de passeio, apesar de nada fotogênicos, as melhores pechinchas da viagem podem ser encontradas por lá, o segredo é sempre negociar o preço.

Antigo Night Market visto do quarto do hotel

Preciso confessar que não gostei muito do Camboja. Nem mesmo o Angkor, que é deslumbrante, me encheu os olhos a ponto de ter tido um pouco mais de empatia por este país, foi legal, mas voltar algum dia não faz muito parte dos meus planos. Mas para aqueles que curtem mesmo viajar, uma visita é indispensável, principalmente para ver a “oitava maravilha do mundo”.