quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Primeiros passos no Myanmar: o que você precisa saber para começar a planejar sua viagem.

Outrora conhecido como Birmânia o Myanmar hoje vive tempos diferentes, isso porque em 1º de abril deste ano um presidente foi eleito democraticamente para governar o país que estava em “poder” das forças armadas desde um golpe de estado em 1962. Seu nome foi modificado, assim como sua capital, por questões políticas. Nome esse que não é reconhecido pelos Estados Unidos e nem pelo Reino Unido. Outro fator também é a transição de uma nação comunista para o capitalismo, perceptível quando você anda pelas ruas de Yangon, antiga capital, em meio a mercados de rua, prédios e casas depredados, sujeira e construções por todo lado, num calor escaldante e como se fosse um oásis no deserto surge uma gigantesca rede de fast food americana, em uma construção novíssima, ar condicionado potente e tudo muito bem elaborado em seu interior, símbolo máximo do capitalismo emergente por lá.
O birmanês mais nobre de todos
Pensando em visitar esse exótico e maravilhoso país, onde os homens usam uma espécie de saia longa amarrada na cintura, as pessoas tem um coração enorme e a doçura de seus olhares te encantam facilmente? Garanto que muita coisa pode mudar em sua vida após conhecer o povo birmanês, anote essas dicas e deixe-se encantar numa terra onde a vida é difícil, mas o sorriso e a gentileza são fartos. 
Entrada do Shwedagon Pagoda - símbolo do país
1º Idioma: a língua oficial do Myanmar é o birmanês, com um alfabeto incognoscível para nós, confesso que não consegui aprender uma letrinha se quer nos quase dez dias de Myanmar, tanto é que comprei uma camisa com o alfabeto de lá. Por outro lado a comunicação não será tão difícil, visto que muitas pessoas, principalmente aquelas que trabalham com o crescente turismo, falam inglês muito bem, reflexo dos anos em que o Myanmar foi integrante do Império Britânico até sua independência em 1948. Depois de então o país foi se fechando e o uso da língua diminuindo, agora tem sido retomado aos poucos devido a necessidade de lidar com turistas do mundo todo que circulam aos montes pelas principais cidades.
Alfabeto birmanês 
2º Moeda: a moeda corrente é o Kyat, que em janeiro desse ano estava na cotação U$1,00 para MmK1300. Fiz logo o câmbio de todo o dinheiro que pretendia gastar no aeroporto, pois pensei ser mais difícil encontrar casas de câmbio e locais para troca, visto que iria para cidades menores depois, e foi aí que me enganei, na cidade menor (Bagan), foi onde achei maior facilidade de trocar os dólares por kyats, mas a cotação não variava muito, logo, o local de troca foi irrelevante.
Cédula de 20 Kyats 
Algo que me chateou bastante no Myanmar foi com as notas de dólares que não eram aceitas. Notas novas, de preferência com valor alto, tipo de U$50,00 ou U$100,00 podiam ser trocadas, as que estavam sujas, um pouco mais amassadas e com um número de série específico ou data de emissão antiga não podiam ser cambiadas de maneira alguma, foi tenso!
3º Segurança: a primeira impressão que temos ao andar pelas ruas é de que o local não é muito seguro, preconceito formado a partir do que vemos, locais simples, pessoas comendo na rua em pequenas barracas, pobreza maior do que estamos habituados, são alguns dos fatores que, pelo menos em mim, fizeram esse conceito deturpado surgir, aliado a isso está também o fato da maioria dos nativos olharem muito para você, algo que só depois fui compreender que não passava de curiosidade do birmaneses para com as “pessoa diferentes” que os visitam.
Arredores da região do Sule Pagoda em Yangon
Em todas as três cidades que estive eu andei muito nas ruas, usei celular e máquina fotográfica a vontade e não notei nada que me deixasse inseguro, mas sem deixar de lado os cuidados básicos com esses equipamentos e com a mochila
4º Alimentação: eita que eu me perguntei o que fui fazer por aquelas bandas quando experimentei pela primeira vez a comida de lá, era só pimenta, impossível, para mim, impossível de comer. E é um tempero que eles gostam, e usam. Com o passar dos dias fui aprendendo e me lembrando de sempre pedir, o que quer que fosse, com pouca ou sem pimenta. Como não sou aquele fã de comida local, sempre fazia a triagem nos cardápios para escolher o que comer, a culinária internacional não é tão farta assim, mas nada que dificulte muito na hora das refeições, sem contar com boas opções de fast food e comida oriental mais conhecida dos brasileiros. Cada refeição tinha um média de sete a doze dólares, bem razoável.
A maior quantidade de pimenta já ingerida numa refeição
Aprendendo a lidar com a pimenta birmanesa
5º Transporte público: utilize taxi,  esse foi o conselho que me deram e o que passo adiante também, o transporte público não é bom, por vezes inexistente. Pagar uma corrida de taxi, que não é tão caro assim, é a melhor pedida, mas antes do motorista dar a partida no carro, diga para onde quer ir e quanto custa, geralmente os taxímetros não funcionam, então é melhor evitar surpresas. Os birmaneses não são mal caráter com muitos taxistas tailandeses, no entanto, o seguro morreu de velho.
Em Yangon, se por acaso um motorista de taxi ou qualquer outra pessoa te disser que o trajeto até a rodoviária, ou aeroporto pode durar quase duas horas, acredite nele. Na hora do rush o trânsito fica caótico e tudo para em um determinado trecho, eu quase paguei pra ver e não perdi meu ônibus para Mandalay no começo da noite por alguns minutos. Fique esperto quando for sai da cidade de avião ou for para a  da rodoviária.
Trânsito nas ruas de Yangon, antiga capital nacional
6º Vistos: infelizmente, brasileiros precisam de visto para entrar no Myanmar, o mesmo custou U$50,00 no fim de 2015 e todo o processo pode ser feito pela internet neste site. Preencha todos os dados e pague a taxa com cartão de crédito, alguns dias depois o e-visa fica pronto e mandam para seu e-mail, dai é só imprimir e apresentar na imigração.
Procure solicitar o visto próximo da sua viagem, pois o mesmo só é valido por três meses, além disso, ele te permite ficar no país somente 28 dias.  Passei um perrengue danado para pagar o visto com meus cartões, tentei Santander, Banco do Brasil e até Submarino, minha sorte foi que uma amiga utilizou seu Itaucard e fez a gentileza de pagar para mim.
Visto para o Myanmar - informações pessoais omitidas
7º Clima: o país é quente, em algumas épocas do ano e em determinadas cidades é muito quente, de chegar a ser difícil caminhar pelas ruas tamanho calor. Os meses mais agradáveis são de novembro a janeiro, quando as mínimas podem ficar abaixo dos 20º. De abril a junho o clima fica ainda pior no interior com temperaturas elevadíssimas e curiosamente é o período de maior chances de chuva. Sendo assim, o uso de roupas leves, protetor solar e óculos escuros é imprescindível, mas não deixe de ter uma agasalho mais fino pois em muitas noites o vento deixa o clima mais ameno.
Frio agradável das manhãs e noites
Calor escaldante do meio dia
8º Onde Fui: como fiquei oito dias mochilando pelo Myanmar, tive o prazer de conhecer três cidades naquele belo país, uma delas não muito bem explorada devido ao cansaço e um certo erro no planejamento, fazendo com que eu permanecesse apenas um dia.
Yangon: Shwedagon Pagoda, Sule Pagoda, Scott Market e muita caminhada pelas ruas do centro e região mais “nobre” da cidade.
Shwedagon Pagoda em Yangon
Sule Pagoda em Yangon
Entrada do Sule Pagoda
Mandalay: centro histórico dos templos, visita na parte externa do Golden Palace e base do Mandalay Hill.
Área externa do Golden Palace
Mandalay Hill ao fundo
Bagan: na cidade dos três mil templos andei por dois dias em cima de uma lambreta de um lado para o outro visitando templos e mais templos, talvez um dos melhores momentos de toda minha viagem de 40 dias pelo sudeste asiático.   
Templo em Bagan
Saída dos balões do alto de um templo em Bagan
Shwe Zi Gon Pagoda - Bagan
Se você vai ficar mais de oito dia no país, recomendo que visite essas três cidades e mais o Inle Lake, recebi  ótimas referências de lá. Caso seu tempo seja menor que esse, minha dica é que você foque mais em Yangon e Bagan, mas se tiver que escolher visitar somente um local, esse sem dúvida deve ser Bagan, mesmo com toda beleza e suntuosidade do Shwedagon Pagoda em Yangon.
Saída dos balões do alto de um templo em Bagan
Três mil templos em Bagan
9º Onde Fiquei: Todos os hotéis foram reservados pelo Hoteis.com que tem a facilidade de parcelar as reservas em até 12 vezes e também tem um programa de fidelidade que te dá uma diária grátis a cada 10 reservas feitas e efetivadas, sempre dou preferência para este site, mas sempre analiso todas as possibilidades.
Em Yangon fiquei no Agga Youth Hotel e paguei R$105,00 a diária para duas pessoas, em um quarto pequeno com banheiro compartilhado e direito a um café da manhã razoável. O pessoal da recepção é super simpático, apesar de uma dificuldade com o inglês, o hotel fica numa região com boas opções de restaurantes, taxi e acesso fácil a pé para algumas atrações.
Em Mandalay fiquei em um dos melhores hotéis da viagem o Tiger One Hotel, por R$130,00 a diária para duas pessoas em um quarto extremamente espaçoso e banheiro privativo muito bom, toda a estrutura do hotel era excelente, não dava vontade nem de sair do hotel. O ponto altamente positivo, além da boa conservação do hotel, era a simpatia extrema dos funcionários, meu Deus, parecia o Japão. O café da manhã foi pago à parte, algo em torno de U$4,00 e com direito a um verdadeiro banquete.
Café da manhã no Tiger One Hotel
Quarto no Tiger One Hotel
Em Bagan, resolvi pegar um hotel melhor também, o cansaço da viagem já era previsto nessa época quando fiz o roteiro, sendo assim, reservei o Hotel Yadanarbon Bagan, por R$210,00 a diária para duas pessoas, em um quarto excelente e banheiro impecável. Além disso o hotel tinha piscina, bar, área de lazer, jardins muito bonitos e parecia todo novinho, contava também com a praticidade de alugar bicicletas elétricas, essenciais para explorar a cidade.
Recepção do Hotel Yadanarbon
Banheiro do Hotel Yadanarbon
Piscina e bar do Hotel Yadanarbon
10º Saindo do aeroporto: cheguei no Myanmar por Yangon, em um voo da Air Asia partindo de Bangkok, a companhia aérea, uma das mais conhecidas low cost da Ásia, tem um serviço regular, ela entrega o que promete, um voo simples, com serviço de bordo pago, poltronas até confortáveis e preço da passagem mais baixo.
Aeronave da Air Asia pousada em Yangon 

Como meu voo chegou no começo da noite em Yangon e não encontrei informação alguma sobre transporte público partindo do aeroporto para o centro da cidade, contei com a sorte e fui de taxi mesmo até o hotel pagando U$8,00 e no fim das contas foi um negócio excelente. Na saída do Myanmar, também por Yangon, contratei um transfer no hotel por U$6,00 e em poucos minutos, devido ao pouco tráfego da manhã, estava no aeroporto.
Templo em Bagan
Ps: o texto deste post foi escrito alguns dias atrás e por coincidência sua postagem se deu no dia em que soube notícias de um terremoto no país, em especial na cidade de Bagan, destruindo muitos de seus belos templos, ferindo e matando muitas pessoas. Meu coração se encheu de tristeza por sempre lembrar desse país e de seu povo com muito carinho, sem dúvida alguma, foi uma das maiores satisfações da minha vida, ter tido a chance de conhecer o Myanmar. Desejo força ao povo birmanês e estendo mais uma vez meu muito obrigado por terem feito parte da minha história

  Até o próximo post!! 


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19 comentários:

  1. Otimo blog ! Roteiros lindos . Natalia gomes

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  2. Que lindo.otima experiência, semore quis estar aí. Jennifer Ludwig

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    1. Esse local é fantástico Jenifer, vale muito a pena!

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    2. Que belas fotos!!!! Deu vontade de conhecer!!! Sou Luana ( @lu.ale)

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    1. Ai que lindo tudo, só nao comia tudo as pimentas!!! Meu nome é Aline (@aline.eduu)sorteio do insta

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  4. Que lindo.otima experiência, semore quis estar aí. Jennifer Ludwig

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  5. Muito lindo esse lugar, já aceito uma passagem de presente ������ Marlos Brendor

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    1. Hahaha,,, quem sabe hein Marlos Brendor! Daqui uns dias vou sortear uma..rsrs

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  6. Legal. . Seu blog tá show Xandinho. .

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  7. Seu blog tá show Xandinho. . Parabéns

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  8. Ameiiii seu blog! Conheci através do Instagram o seu perfil ...seguidora @rosedesouzza

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