domingo, 28 de agosto de 2016

A cidade de Yangon e o templo budista mais bonito do mundo

O Myanmar é um país daqueles que você vai do ódio ao amor incondicional num piscar de olhos, foi assim comigo. Do mal humor da chegada e da comida apimentada demais até o encantamento total pelo sorriso fácil e gentileza de sua gente sofrida, que se desmancha ainda mais em cordialidade quando você os cumprimenta em seu idioma (mingalabar = olá) ou mesmo quando os agradece por algo (kyai zu be – lê-se “tchai zu bê).   
A fé do birmaneses no Sule Pagoda
Minha primeira parada neste país único foi em Yangon e assim que sai caminhando nas ruas, sob o olhar curioso dos locais, pude perceber o quanto esta nação sofreu durante seus anos de fechamento total e um governo militar autoritário, mas nada disso tirou a alegria dos birmaneses que trabalham incessantemente com suas inúmeras barracas pelas ruas da cidade.
Pelas ruas de Yangon
A primeira visita foi ao Sule Pagoda, um dos templos budistas mais antigos, segundo informações ele tem mais de 2.500 anos de idade e serviu nos últimos anos como importante ponto de encontro para os protestos antigovernamentais. Por lá a fé dos birmaneses é professada todos os dias nos mais diversos pontos de oração em frente as inúmeras e lindíssimas estátuas de buda, a maioria deles em ouro, assim como boa parte do templo.
Sule Pagoda em Yangon
Parte interna do Sule Pagoda
É proibido a entrada no templo usando calçados, você pode levar os seus nas mãos ou na mochila, caso contrário pode pagar um dólar e guardar, além disso, na entrada do templo são oferecidas flores por U$1,00 para ofertar a Buda, a compra não é obrigatória, mas eles vão insistir para você comprar. A entrada para esse templo custa 3.000 kyats.
Dando banho no meu Buda em Sule Pagoda 
Parte externa do Sule Pagoda
 Como o Sule Pagoda fica no centro da cidade, ali pertinho você pode visitar também o bonito prédio do City Hall e na lateral fica a Igreja Emanoel Batista e os prédios do Tribunal Nacional. Em frente está o Mahabandoola Park com um obelisco no centro, monumento  em homenagem à independência da Birmânia na época. Área muito legal para ser visitada e observar um pouco mais dos hábitos locais e por que não, se aventurar em alguma comida de rua das muitas barraquinhas.
Prédio do City Hall em Yangon
Mahabandoola Park e seu obelisco
Mahabandoola Park e Igreja Emanuel Batista ao fundo
Caminhando alguns minutos na direção oposta você chega ao Scott Market (Bogyoke Market), mercado local muito famoso e gigantesco, sem dúvida as melhores lembrancinhas e com preços bons você encontrará nesse lugar. Prepara-se para caminhar muito e num calor nada agradável, em meio a muitas pedras preciosas, comida de rua, tecidos dos mais diversos tipos e souvenires de forma geral.
Uma das entradas do Scott Market 
Por fim o Shwedagon Pagoda, para mim, o mais lindo templo que já vi na vida, seja pela suntuosidade do dourado que cobre o lugar, ou pelo seu tamanho descomunal, levei quase 15 minutos para dar uma volta completa na pagoda principal. Para entrar é necessário estar descalço e as mulheres precisam cobrir os ombros, e qualquer pessoa precisa estar com as pernas vestidas.
Escadarias de acesso ao Shwedagon Pagoda
Pagoda principal do Shwedagon
A entrada do templo custa 8.000 kyats, antes de chegar é preciso passar por uma área cheia de lojinhas vendendo os mais diversos souvenires, além de uma escadaria enorme, rodeada de mais lojinhas, li relatos de que tem um elevador para a subida, mas eu não encontrei, na verdade, nem procurei, preferi caminhar pelo entorno do templo que também é muito lindo.
Parte externa das escadarias de acesso ao Shwedagon Pagoda
Área de acesso ao Shwedagon Pagoda
Os birmaneses veneram e cuidam tanto desse templo pois segundo a lenda, é nele que se encontram as relíquias dos quatro antigos Budas e oito cabelos do Buda Siddhartha Gautama, conhecido como o “Supremo Buda”. Todos os dias a quantidade de monges e pessoas visitando o santuário é enorme, muitos rezando, meditando e alguns até dormindo nos pés das inúmeras estátuas de Buda, uma mais enfeitada e bonita do que a outra.
Pátio do Shwedagon Pagoda
Monges meditando e dormindo aos pés de Buda
A torre principal possui quase 100 metros e é rodeada por outras 64 pagodas menores, todas em dourado vivo. No topo, uma espécie de coroa onde estão penduradas mais de mil sinos de ouro e quase quinhentos de prata, em sua ponta tem uma esfera de ouro onde estão incrustrados milhares de diamantes e uma esmeralda de 76 quilates.
Torre principal do Shwedagon Pagoda
Pátio do Shwedagon Pagoda
Um lugar magico, mítico, cercado de uma crença muito forte. Fiquei até o pôr do sol e pude ver as cores do templo irem mudando à medida que o tempo passava, logo em seguida uma multidão passava com uma espécie de vassoura, varrendo de forma comunitária todo o chão. Ao redor da pagoda ainda tem varias miniaturas de Buda com os dias da semana, a tradição manda banhar o Buda do dia em que você nasceu, na dúvida, estava lá eu dando banho no de quarta-feira.   
Shweéagon Pagoda ao cair da noite
Shwedagon Pagoda
Dando banho no meu Buda em Shwedagon Pagoda
Limpeza comunitária dos pátios de Shwedagon 

A visita a Yangon pode muito bem ser justificada só pela ida ate o Shwedagon Pagoda, mesmo que você fique alguma horas na cidade, a escolha de uma visita apenas tem que ser a esse lugar incrível. Saindo do templo tomamos um táxi para ir ao hotel e depois para a rodoviária, conversando com o simpático motorista, que me achou a cara do Obama (muitos risos – isso aconteceu mais 3 vezes no Myanmar), ele nos disse que gastaríamos umas duas horas até a rodoviária, eu pirei, pois a recepcionista do hotel pela manhã havia me dito o mesmo e eu achei absurdo, para nossa sorte, o motorista acelerou nos levou ao hotel, pegamos as malas e em seguida ele nos deixou, literalmente, dentro do ônibus, visto que a rodoviária de Yangon é gigantesca e extremamente bagunçada. O gentil taxista ainda nos deu seu número de telefone, para que ligássemos para ele caso qualquer coisa nos acontecesse no Myanmar. Tem como não amar os birmaneses?!
Panorâmica do Shwedagon Pagoda
Shwedagon Pagoda
Até o próximo post com uma outra cidade do Myanmar!! 


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quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Primeiros passos no Myanmar: o que você precisa saber para começar a planejar sua viagem.

Outrora conhecido como Birmânia o Myanmar hoje vive tempos diferentes, isso porque em 1º de abril deste ano um presidente foi eleito democraticamente para governar o país que estava em “poder” das forças armadas desde um golpe de estado em 1962. Seu nome foi modificado, assim como sua capital, por questões políticas. Nome esse que não é reconhecido pelos Estados Unidos e nem pelo Reino Unido. Outro fator também é a transição de uma nação comunista para o capitalismo, perceptível quando você anda pelas ruas de Yangon, antiga capital, em meio a mercados de rua, prédios e casas depredados, sujeira e construções por todo lado, num calor escaldante e como se fosse um oásis no deserto surge uma gigantesca rede de fast food americana, em uma construção novíssima, ar condicionado potente e tudo muito bem elaborado em seu interior, símbolo máximo do capitalismo emergente por lá.
O birmanês mais nobre de todos
Pensando em visitar esse exótico e maravilhoso país, onde os homens usam uma espécie de saia longa amarrada na cintura, as pessoas tem um coração enorme e a doçura de seus olhares te encantam facilmente? Garanto que muita coisa pode mudar em sua vida após conhecer o povo birmanês, anote essas dicas e deixe-se encantar numa terra onde a vida é difícil, mas o sorriso e a gentileza são fartos. 
Entrada do Shwedagon Pagoda - símbolo do país
1º Idioma: a língua oficial do Myanmar é o birmanês, com um alfabeto incognoscível para nós, confesso que não consegui aprender uma letrinha se quer nos quase dez dias de Myanmar, tanto é que comprei uma camisa com o alfabeto de lá. Por outro lado a comunicação não será tão difícil, visto que muitas pessoas, principalmente aquelas que trabalham com o crescente turismo, falam inglês muito bem, reflexo dos anos em que o Myanmar foi integrante do Império Britânico até sua independência em 1948. Depois de então o país foi se fechando e o uso da língua diminuindo, agora tem sido retomado aos poucos devido a necessidade de lidar com turistas do mundo todo que circulam aos montes pelas principais cidades.
Alfabeto birmanês 
2º Moeda: a moeda corrente é o Kyat, que em janeiro desse ano estava na cotação U$1,00 para MmK1300. Fiz logo o câmbio de todo o dinheiro que pretendia gastar no aeroporto, pois pensei ser mais difícil encontrar casas de câmbio e locais para troca, visto que iria para cidades menores depois, e foi aí que me enganei, na cidade menor (Bagan), foi onde achei maior facilidade de trocar os dólares por kyats, mas a cotação não variava muito, logo, o local de troca foi irrelevante.
Cédula de 20 Kyats 
Algo que me chateou bastante no Myanmar foi com as notas de dólares que não eram aceitas. Notas novas, de preferência com valor alto, tipo de U$50,00 ou U$100,00 podiam ser trocadas, as que estavam sujas, um pouco mais amassadas e com um número de série específico ou data de emissão antiga não podiam ser cambiadas de maneira alguma, foi tenso!
3º Segurança: a primeira impressão que temos ao andar pelas ruas é de que o local não é muito seguro, preconceito formado a partir do que vemos, locais simples, pessoas comendo na rua em pequenas barracas, pobreza maior do que estamos habituados, são alguns dos fatores que, pelo menos em mim, fizeram esse conceito deturpado surgir, aliado a isso está também o fato da maioria dos nativos olharem muito para você, algo que só depois fui compreender que não passava de curiosidade do birmaneses para com as “pessoa diferentes” que os visitam.
Arredores da região do Sule Pagoda em Yangon
Em todas as três cidades que estive eu andei muito nas ruas, usei celular e máquina fotográfica a vontade e não notei nada que me deixasse inseguro, mas sem deixar de lado os cuidados básicos com esses equipamentos e com a mochila
4º Alimentação: eita que eu me perguntei o que fui fazer por aquelas bandas quando experimentei pela primeira vez a comida de lá, era só pimenta, impossível, para mim, impossível de comer. E é um tempero que eles gostam, e usam. Com o passar dos dias fui aprendendo e me lembrando de sempre pedir, o que quer que fosse, com pouca ou sem pimenta. Como não sou aquele fã de comida local, sempre fazia a triagem nos cardápios para escolher o que comer, a culinária internacional não é tão farta assim, mas nada que dificulte muito na hora das refeições, sem contar com boas opções de fast food e comida oriental mais conhecida dos brasileiros. Cada refeição tinha um média de sete a doze dólares, bem razoável.
A maior quantidade de pimenta já ingerida numa refeição
Aprendendo a lidar com a pimenta birmanesa
5º Transporte público: utilize taxi,  esse foi o conselho que me deram e o que passo adiante também, o transporte público não é bom, por vezes inexistente. Pagar uma corrida de taxi, que não é tão caro assim, é a melhor pedida, mas antes do motorista dar a partida no carro, diga para onde quer ir e quanto custa, geralmente os taxímetros não funcionam, então é melhor evitar surpresas. Os birmaneses não são mal caráter com muitos taxistas tailandeses, no entanto, o seguro morreu de velho.
Em Yangon, se por acaso um motorista de taxi ou qualquer outra pessoa te disser que o trajeto até a rodoviária, ou aeroporto pode durar quase duas horas, acredite nele. Na hora do rush o trânsito fica caótico e tudo para em um determinado trecho, eu quase paguei pra ver e não perdi meu ônibus para Mandalay no começo da noite por alguns minutos. Fique esperto quando for sai da cidade de avião ou for para a  da rodoviária.
Trânsito nas ruas de Yangon, antiga capital nacional
6º Vistos: infelizmente, brasileiros precisam de visto para entrar no Myanmar, o mesmo custou U$50,00 no fim de 2015 e todo o processo pode ser feito pela internet neste site. Preencha todos os dados e pague a taxa com cartão de crédito, alguns dias depois o e-visa fica pronto e mandam para seu e-mail, dai é só imprimir e apresentar na imigração.
Procure solicitar o visto próximo da sua viagem, pois o mesmo só é valido por três meses, além disso, ele te permite ficar no país somente 28 dias.  Passei um perrengue danado para pagar o visto com meus cartões, tentei Santander, Banco do Brasil e até Submarino, minha sorte foi que uma amiga utilizou seu Itaucard e fez a gentileza de pagar para mim.
Visto para o Myanmar - informações pessoais omitidas
7º Clima: o país é quente, em algumas épocas do ano e em determinadas cidades é muito quente, de chegar a ser difícil caminhar pelas ruas tamanho calor. Os meses mais agradáveis são de novembro a janeiro, quando as mínimas podem ficar abaixo dos 20º. De abril a junho o clima fica ainda pior no interior com temperaturas elevadíssimas e curiosamente é o período de maior chances de chuva. Sendo assim, o uso de roupas leves, protetor solar e óculos escuros é imprescindível, mas não deixe de ter uma agasalho mais fino pois em muitas noites o vento deixa o clima mais ameno.
Frio agradável das manhãs e noites
Calor escaldante do meio dia
8º Onde Fui: como fiquei oito dias mochilando pelo Myanmar, tive o prazer de conhecer três cidades naquele belo país, uma delas não muito bem explorada devido ao cansaço e um certo erro no planejamento, fazendo com que eu permanecesse apenas um dia.
Yangon: Shwedagon Pagoda, Sule Pagoda, Scott Market e muita caminhada pelas ruas do centro e região mais “nobre” da cidade.
Shwedagon Pagoda em Yangon
Sule Pagoda em Yangon
Entrada do Sule Pagoda
Mandalay: centro histórico dos templos, visita na parte externa do Golden Palace e base do Mandalay Hill.
Área externa do Golden Palace
Mandalay Hill ao fundo
Bagan: na cidade dos três mil templos andei por dois dias em cima de uma lambreta de um lado para o outro visitando templos e mais templos, talvez um dos melhores momentos de toda minha viagem de 40 dias pelo sudeste asiático.   
Templo em Bagan
Saída dos balões do alto de um templo em Bagan
Shwe Zi Gon Pagoda - Bagan
Se você vai ficar mais de oito dia no país, recomendo que visite essas três cidades e mais o Inle Lake, recebi  ótimas referências de lá. Caso seu tempo seja menor que esse, minha dica é que você foque mais em Yangon e Bagan, mas se tiver que escolher visitar somente um local, esse sem dúvida deve ser Bagan, mesmo com toda beleza e suntuosidade do Shwedagon Pagoda em Yangon.
Saída dos balões do alto de um templo em Bagan
Três mil templos em Bagan
9º Onde Fiquei: Todos os hotéis foram reservados pelo Hoteis.com que tem a facilidade de parcelar as reservas em até 12 vezes e também tem um programa de fidelidade que te dá uma diária grátis a cada 10 reservas feitas e efetivadas, sempre dou preferência para este site, mas sempre analiso todas as possibilidades.
Em Yangon fiquei no Agga Youth Hotel e paguei R$105,00 a diária para duas pessoas, em um quarto pequeno com banheiro compartilhado e direito a um café da manhã razoável. O pessoal da recepção é super simpático, apesar de uma dificuldade com o inglês, o hotel fica numa região com boas opções de restaurantes, taxi e acesso fácil a pé para algumas atrações.
Em Mandalay fiquei em um dos melhores hotéis da viagem o Tiger One Hotel, por R$130,00 a diária para duas pessoas em um quarto extremamente espaçoso e banheiro privativo muito bom, toda a estrutura do hotel era excelente, não dava vontade nem de sair do hotel. O ponto altamente positivo, além da boa conservação do hotel, era a simpatia extrema dos funcionários, meu Deus, parecia o Japão. O café da manhã foi pago à parte, algo em torno de U$4,00 e com direito a um verdadeiro banquete.
Café da manhã no Tiger One Hotel
Quarto no Tiger One Hotel
Em Bagan, resolvi pegar um hotel melhor também, o cansaço da viagem já era previsto nessa época quando fiz o roteiro, sendo assim, reservei o Hotel Yadanarbon Bagan, por R$210,00 a diária para duas pessoas, em um quarto excelente e banheiro impecável. Além disso o hotel tinha piscina, bar, área de lazer, jardins muito bonitos e parecia todo novinho, contava também com a praticidade de alugar bicicletas elétricas, essenciais para explorar a cidade.
Recepção do Hotel Yadanarbon
Banheiro do Hotel Yadanarbon
Piscina e bar do Hotel Yadanarbon
10º Saindo do aeroporto: cheguei no Myanmar por Yangon, em um voo da Air Asia partindo de Bangkok, a companhia aérea, uma das mais conhecidas low cost da Ásia, tem um serviço regular, ela entrega o que promete, um voo simples, com serviço de bordo pago, poltronas até confortáveis e preço da passagem mais baixo.
Aeronave da Air Asia pousada em Yangon 

Como meu voo chegou no começo da noite em Yangon e não encontrei informação alguma sobre transporte público partindo do aeroporto para o centro da cidade, contei com a sorte e fui de taxi mesmo até o hotel pagando U$8,00 e no fim das contas foi um negócio excelente. Na saída do Myanmar, também por Yangon, contratei um transfer no hotel por U$6,00 e em poucos minutos, devido ao pouco tráfego da manhã, estava no aeroporto.
Templo em Bagan
Ps: o texto deste post foi escrito alguns dias atrás e por coincidência sua postagem se deu no dia em que soube notícias de um terremoto no país, em especial na cidade de Bagan, destruindo muitos de seus belos templos, ferindo e matando muitas pessoas. Meu coração se encheu de tristeza por sempre lembrar desse país e de seu povo com muito carinho, sem dúvida alguma, foi uma das maiores satisfações da minha vida, ter tido a chance de conhecer o Myanmar. Desejo força ao povo birmanês e estendo mais uma vez meu muito obrigado por terem feito parte da minha história

  Até o próximo post!! 


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